7.ª palestra |
a previous one | 1 o' 2 | a nex' one |
|
wee one (250x250 max)
'tween (500x500 max)
a biggun'
Extra Large
a biggun' ( > 500x500)
a krakken' ( full )
|
Be inkin' this 'ere one
Be inkin' the lot o'them
|
Codex Describin' Words
Título | 7.ª palestra |
Autor(es) |
Simões, J. M. dos Santos, 1907-1972 |
Assunto(s) |
Azulejos -- Lisboa (Portugal) -- 1968 -- [Conferências] Azulejos -- Portugal -- Séc. 18 |
Cobertura temporal |
Século 18 |
Descrição | Parte integrante de projecto de livro intitulado "Manual de Azulejaria", a partir dos textos das palestras proferidas em 1968 na Fundação Calouste Gulbenkian. |
Tipo de dados |
texto |
Formato - Media |
pdf |
Coleção |
Coleção Santos Simões |
Sub-Coleção |
Inventário e estudos sobre azulejaria |
É parte de | http://digitile.gulbenkian.pt/cdm/ref/collection/jmss/id/1900 |
Tem parte | http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/hipres/disclaimers/disclaimerAuse.htm |
Tally |
Describin' Words
Título | 7.ª palestra |
Autor(es) |
Simões, J. M. dos Santos, 1907-1972 |
Assunto(s) |
Azulejos -- Lisboa (Portugal) -- 1968 -- [Conferências] Azulejos -- Portugal -- Séc. 18 |
Cobertura temporal |
Século 18 |
Descrição | Dactiloscrito, com anotações manuscritas. Texto paginado da pág. 114 à pág. 129. Parte integrante de projecto de livro intitulado "Manual de Azulejaria", a partir dos textos das palestras proferidas em 1968 na Fundação Calouste Gulbenkian. |
Sumário | 7ª Palestra Vamos retomar o estudo da azulejaria portuguesa entrando na época mais espectacular, que foi o século XVIII O azulejo do século XVIII é mais do que do século XVII um fenómeno Na úlltima palestra dei-lhes uma ideia do que foi a viragem do gosto a reflectir nos azulejos de forma violenta com substituição total de policromia pela monocromia e até com a substituição de processos alheios de representação, Disse & V, Ex1 1 que is~o -l~~U').~ l-aed5& se devia, como causa próxima, à i:RliltPa~a~ dQ azulejooholandes~em Portugal e disse-vos também que se enquadrava dentro do movimento gera fins do século XVII princípios do XVIII, isto é, quando o barroco toma uma personalidade específica, Ora são e eame:Rte as~exlg~ncias da arte barroca que determinar também uma nova expressão azulejo; e nós notamos que Portugal e os azulejeiros portugueses se mantinham dentro daquele espírito de actualidade que foi apanágio de toda a sua actividade iípiea século XVI sempre moderno possível exigências da arte como já tive ocasião de aqui diz várias modalidades --- passam por várias fases: uma fase arcaica, outra primitiva, uma fase clássica, uma barroca e finalmente aquilo a que eu futurista) que é o fim das fases propriamente ) bem, nós vamos encarar agora aquilo a … o clássico do barroco, quer dizer, o barroco histórico. Essa fase barroco tem em Portugal uma importância extraordinaríssima porque se Artística … com uma expansão socia económica; isto é, Portugal, precisamente nesta do baroquismo clássico, está numa, floração de ........ arte riqueza qu~ge 1m eetaàe megalómano~ Como é que desta época vem a reflectir-se no azulejo? esta arte barroca pela monocromia e isto, como já disse, é por influência da porcelana chinesa que … nessa altura Europa em grandes quantidades que se bastava a si mesmo e dava qualidade a tudo o que era cerâmico; quer dizer, o azul e branco passou a ser por excelência de toda a cerâmica' e que lhe .dava qualidade. Isto no aspecto cromático, digamos assim, Aias muito mais que foi um outro inerente à própria evolução do barroco que é o figurativo. Como se sabe1o barroco desta época, aquele a que posso uma vez que ele floresceu e … teve uma muito … dos Alpes, na parte da Baviera , da Austrá1ia estendendo-se mesmo a Saxónia; esse é barroco clássico. Mesmo quando ele entra em França ele já entra em decadência; quer dizer, as expressões barrocas francesas aquilo a que se chamou francês barroco sim mas já em decadência, aquilo a que chamamos vulgarmente o …, ou seja o estilo que floresce no tempo de Luis XV. O barroco que chegou a Portugal, o barroco desta época, está muito mais próximo das italo-austríacas do que daquele veio a França) e uma das formas como ele se manifesta é no desejo iconográfico. Vimos no século XVII que a decoração é feita no azulejo pela repetição. de padrões abstracta barroco italo- austríaco se pode dizer que seja do ponto de vista estético melhor) a substituição desses motivos de repetição abstractos por motivos fi gurativos. A decoração coisas que contam histórias. Esta pintura figurativa barroco vem a … em Portugal. Isto trazia para o azulejo problemas tremendos. Em primeiro lugar problema s de ordem técnica, problemas de ordem material. Como bem o azulejo do século XVII era conseguido sistema artesanal. pequenas oficinas, e o azulejeiro … padrões sem se eles eram destinados. O azulejo podia comprar-se aos milhões e era o azulejador ou ladrilhador quem tinha que resolver o problema da sua colocação Agora não. Agora o problema põe-se duma forma completamente diferente visto que há urna temática figurativa, quer dizer, já não pode ser aquele azulejeiro que fazia o padrão que pode resolver os problemas. Agora a coisa é muito mais comleta. Em primeiro lagar tratava-se de fazer a decoração de paredes nem sempre lisas, muitas das vezes com janelas portas, paredes com vários acidentes de arquitectura com um cuidado extraordinário o local para onde se destinava o azulejo. tudo tinha de sair fatalmente um esboço ou, como se dizia no século XVIII, fum risco. assim que o azulejador tem cada vez mais importância, porque é ele quem vai tirar os riscos e uma vez estes tirados e conhecida a superfície a cobrir, ele tem que escolher os temas, ou então é o próprio cliente quem os indica o caso por exemplo, de igrejas nomeadamete marianas, em que por via de regra a temática era escolhida iconografia mariana. Isto já são grandes condicionalismos ou outro … como se iriam pintar os azulejoso Enquanto o azulejo e padrão pode ser pintado a um e azulejo tem e ser … num conjunto e ainda hoje eu não sei e me admiro como era possível pintar painéis enorme em altura e comprimento além disso há pequenos problemas que eu chamo a atenção porque são muito curiosos: o azulejo é quadrado e se houves se uma linha vertical ou horizontal pintar V. a forma mais fácil era aproveitar a sutura de dois azulejos e pintar por essa sutura contrário. Isto tem razões de ser como essa gente via imediatamente o problema, porque se fizermos um vertical na sutura de azulejos nós imediatamente dividimos as áreas e o efeito é extraordinariamente mau. Outra coisa muito curiosa é estas … Nunca essa cara ficava entre azulejos. Arranjava-se sempre maneira para a, parte; mais importante da cara ficar num azulejo completo. Isto são pequeninos problemas que parecem … mas isto é apenas para .vos dar uma ideia da grande dificuldade de que representa a pintura em azulejo e uma única desenho … pintura; quer dizer, o artista de azulejos sabia tirar um partido e xtraordinário das graduações de azul Um outro problema era o … Vimos como no século XVII com os padrões se resolveram os problemas de escal doseando a … cromática do padrão nas paredes mais denso quando mais baixo, menos denso quando mais alto. Agora na figuração como é que isso se pode resolver? Em princípio iam aumentando o tamanho das figuras à medida que os painéis iam subindo pelas paredesacaso o painel … do maior painel que houve em Portugal e que foi criminosamente vandalizado durante aquela •época brilhante da ... dos castelos, que era o do transepto da igreja da Graça de Santarém, tinha … metros de altura e era todo ~~ cheio de figuração e resolveram na melhor das intenções naturalmente o painel e mandar os azulejos para vários sítios a parte superior do painel foi parar … servir de retábulo à igreja da Golegã e o que acontece é que os mostrar as palmas anjinhos que lá estão1 estão todos … para dos pés porque retábulos eram vistos pintor de azulejo sabia muito bem dosear as trás e a para ser outro lado sabia também dosear a escala da cores e dos azulejos, à medida que iam subindo, iam, enfraquecendo de cor, para nos dar … Um outro condicionalismo muito interessante este que vos vou dizer: muita gente sabe que muitas daquelas pinturas que em gravuras do século XVII foram tiradas ou inspiradas falta de originalidade aparente é colmatada um processo muito curioso. Uma gravura, tal como nos é apresentada , está contida num tem uma certa dimensão, o agrupamento das figuras obedece a essa dimensão Poderia parece em princpio que bastaria ampliar essas gravuras para obter um quadro maior mas esquecemo-nos é que o espaço a ocupar não coincide com a da gravura. Assim o azulejeiro português usava de processos curiosíssimos como por exemplo tirava umas figuras, metendo outras coisas, misturava duas a três gravuras, a tal ponto que podemos dizer, quase s em excepção, que nunca se copiou uma gravura ela E daí aparecerem por vezes misturas curiosíssimas Até há ainda relativamente poucos anos as pessoas que se preocupavam com estas coisas julgavam que os azulejos representavam •factos autênticos, e daí havia muita gente que datava os azulejos pelos trajes das senhoras ou senhores que lá viam. Isto não estava certo porque muito azulejo do século XVIII tirado; de estampas do século XVII e até do XVI. Mas o mais espantoso é que, ao misturarem-se essas gravuras muitas vezes se punham no mesmo painel pessoas tiradas duma gravura do século XVIII ao de outras tiradas de gravura do século XVII. Isto dava uma baralhada tremenda que é responsável por muita interpretação de tipo folclórico; quer dizer, muitas pessoas querem ver nos azulejos como que o retrato de uma sociedade , de acordo como as pessoas se vestiam. preciso ter muito cuidado porque os azulejos não servem … para nos dar o retrato da sociedade desse mesmo tempo. Ora dentro deste novo panorama, desta nova modernidade passava-se em aquilo que era natural: a incapacidade artística de os velhos se ajustarem às novas modas. Os velhos azulejeiros além de alguns à grande ingenuidade, mas deliciosos, não tinham para corresponder a uma clientela cada vez mais exigente, mais principalmente para contrapor ao azulejo vindo da Holanda. no fim do século XVII principio do XVIII surge uma militar, de velhos chefes batalha da Restauração, os chefes governadores etc. que iam para as nossas possessões do Ultramar constituíram a nova rapina. Foi necessário fazer uma novos quadros e … nasce uma nova aristocracia a que eu chamo Daqui nasce a necessidade dos palácios e dos solares mas numa época óptima, numa época de afloração de riqueza que Do Brasil passamos do ciclo do açucar ao ciclo de e o dinheiro continuamente a girar. Como todos sabemos a corte de D. João V foi cliente de arte do século XVIII e por conseguinte determinam um de produção artística. E a igreja também. Já não são os conventos de que falei no século XVII. Não, eles estavam construídos mas inacabados. Houve século XVIII … ou piedosas, eram por exemplo os santuários que eram motivo também motivo para ostentação e riqueza. Por conseguinte nasce clientela eclesiástica, mui to diferente daquele clientela monástica. Essa rica clientela que nasce precisamente quando o barroco se internacionaliza mestres italianos e austríacos começam a espalhar-se pelo mundo, que se começam as éperas, os palácios, o convento de Mafra - e justamente clientela não podia deixar de ter as suas exigências, que são de nós nos interessa no campo dos azulejos. nunca nesse barroco exuberante. viu o problema perfeitamente e que, vão começar a procurar artistas pintores que estejam dispostos a vir para o azulejo Não sei exactamente qual terá sido o primeiro mas estou em crer que o mais importante dos primeiros foi um homem muito curioso chamado Gabriel del Barco. Gabriel del Barco nasceu em Siguenza, em 1649 e veio para Portugal no séquito do primeiro embaixador espanhol acreditado na corte portuguesa; depois das Guerras da Restauração, em 1679. Era aquilo a que hoje se chama em Espanha um pícaro. Um pícaro era um rapaz aventuroso, destemido, habilidoso, um aldrabão - se me permitem o termo - que vi via um pouco que fazia parte de pequenas cortes … a ele servia de … que Agostinha das Neves era Lisboa e se chamava Marcos da Cruz. Estou em crer que o bom do Gabriel del Barco fez a corte a Agostinha e certamente frequentou a oficina ou atelier do cunhado ao qual ele ajudou. Com o casamento ele assentou a passou a ser artista modesto, colaborando provavelmente com o cunhado ajudando em determinadas pinturas , eu conheço trabalhos dele de 1682 como por exemplo, a decoração interior da Igreja de S. Luis dos Franceses parte destruída pelo terramoto, mas onde ele trabalhou este homem um dos primeiros pintor que se mete a pintar azulejo. Impossível determinar qual o seu primeiro trabalho. O de 1691 e foi feito para a capela dos Sinel de rica clientela que nasce precisamente quando o barroco se internacionaliza mestres italianos e austríacos começam a espalhar-se pelo mundo, que se começam as éperas, os palácios, o convento de Mafra - e clientela não podia deixar de ter as suas exigências, que são de nós nos interessa no campo dos azulejos nunca nesse barroco exuberante. viu o problema perfeitamente e que, vão começar a procurar artistas … pintores que estejam dispostos a vir para o azulejo Não sei exactamente qual teria sido o primeiro mas estou em crer que o mais importante dos primeiros foi um homem muito curioso chamado Gabriel del Barco. Gabriel del Barco nasceu em Sigüenza, em 1649 e veio para Portugal no séquito do primeiro embaixador espanhol acreditado na corte portuguesa depois das Guerras da Restauração, em 1679. Era aquilo a que hoje se chama em Espanha Um pícaro era um rapaz aventuroso, destemido, habilidoso, um aldrabão - se me permitem o termo - que vivia um pouco dlf, allivantM ' j.,.dj~ mas que fazia parte de pequenas cortes a ele servia de mui• tas maneiras Este pícaro seria tão habilidoso que chegou a Portugal em Fevereiro de 1679 e logo em Junho casava em Portugal - o primeiro casamento pois casou três vezes - com uma Agostinha das Neves. Isto é importante, por que Agostinha das Neves era cunhada do maior pintor que então havia em Lisboa e se chamava Marcos da Cruz. Estou em crer que o bom do Gabriel del Barco fez a corte a Agostinha e certamente ffequentou a oficina ou atelier do cunhado ao qual ele ajudou. Com o casamento ele assentou a passou a ser artista modesto, colaborando provavelmente com o cunhado, ajudando em determinadas pinturas , eu conheço trabalhos dele de 1682 como) por exemplo, a decoração interior da Igreja de S. Luis dos Franceses parte destruída pelo terramoto ,mas onde ele trabalhou de 1691 e foi feito para a capela do Sinel de primeiro trabalho datado determinar qual o seu primeiro trabalho. O trabalhos e Gabriel del Barco assina trabalhos , havendo muitos outros que lhe podem ser atribuídos, de tal forma ele tem uma personalidade marcada. E Gabriel segue as pisadas holandesas … manifesto que lhe eram impostos … rigor. Mais tarde liberta-se e … em 1700 Gabriel del Barco aparece reintegrado na tradição portuguesa da monumentalidade. Gabriel del Barco trabalha pelo menos até … teve mais discípulos. Não conheço nenhum em particular mas - pela maneira de pinta colaboração discípulos e aprendizes, Todavia ainda não era o artista que o azulejador português buscasse. Apesar de tudo Gabriel del Barco é um artista … agora que aparecem os grandes •azulejadores. O primeiro grande azulejador foi um homem chamado Valentim da Costa que empreitada obras me parece que foi quem descobriu o primeiro … pintor de azulejo que houve em Portugal, que foi António de Oliveira Bernardes Mas entre o fim de Gabriel del Barco e o advento de Oliveira Bernardes fizeram-se imensos ensaios. Praticamente todos os pintores que havia nessa altura em Portugal experimentaram a sua mão em azulejo Nenhum ficou. Alguns produziram obras extraordinárias, mas nenhum estudou ou se meteu dentro daquilo expressão nova que era preciso tirar. Mas António de Oliveira Bernardes esse não quando veio para o azulejo já tinha … era juiz da Irmandade de S. Luca assim dizer, a .. associação de Pintores e o ...um homem já considerado como mestre, mas não teve dúvidas em vir para o azulejo possível que seu sogro e seu cunhado (pai e filho) também pintores, … de Araújo, tivessem pintado azulejo. Nunca encontrei nada.António de Oliveira Bernardes sim. não só pintou como fundou uma escola, escola essa que está na base de toda a azulejaria portuguesa do século XVIII. António de Oliveira Bernardes começou por ter como discípulos os seus próprios filhos Polioarpo, o mais velho e seu continuador; Inácio que foi arquitecto e pintor de grande nomeada, talvez mesmo no seu tempo (foi para Roma, estudou, veio e foi um grande pintor) José que foi também pintor e mais tarde professou na Ordem de Cristo; e uma filha que também verdadeira, … atelier onde se formaram todos os azulejeiros que, como digo, encheram o século XVIII. Foram seus discípulos apurados António Pereira, Raimundo Bartolomeu Antunes (filho de um grande azulejador e ele próprio no fim da sua carreira o maior azulejador • do século XVIII) e Manuel dos Santos dois irmãos Nicolau de Freitas e um personagem extraordinário que se esconde atrás dumas iniciais P.M.P e que eu, apesar de 25 anos de pesquisas ainda não consegui, ou talvez tenha conseguido … Isto primeiro que guarde ainda para mim activo de azulejaria sem dúvida dos mais deliciosos. Este homem assinava-se assinaturas dele e esse homem do século XVIII. Por mais extraordinário que pareça que vos falo, isto que vos … uma coisa que dura apenas o terço de século XVIII azulejaria portuguesa podemos dividir o século XVIII em três o período da grande pintura, que vai de 1690 aproximadamente até 1734 , o período da grande produção que vai de 1735 até ao Terramoto, e o período post-terramoto que vai de até especificamente 1780 quando começa uma nova viragem de gosto. Isto que vos vou mostrar … escassos anos da vida e é espantoso inconcebível, como em anos e tão bom, porque foram milhares, milhões de azulejos que se espalharam por Portugal para os Açores e Brasil. Vou-vos mostrar (e isto para dar passagem já à próxima palestra) uma das partes mais fundamentais do ponto de vista artístico da azulejaria do século XVIII, que são os enquadramentos. Até esta época, até estes 1730/ a figuração tem … verão, depois de 1735 (a figuração deixa de ter interesse artístico. interesse anedótico mas qualidade artística não tão grande nem tão boa, até porque era anónima as o que tem muita importância e começamos já a ver aqui são os enquadramentos. Peço mesmo V. Ex. que quando virem azulejos do século XVIII/não se interessem muito pelo que estão pintados observem muito bem as molduras. que realmente a coisa extraordinária pela originalidade, pela imaginação pelo saber e a que se reduz no findo a importância decorativa do azulejo desses do século XVIII. DIAPOSITIVOS 1 . VIA LONGA (Palácio da Flamenga) . Este … dos primeiros ensaios de ~~ utilização dos velhos azulejeiros do século XVII para fazer o azulejo azul e branco com figuras pintadas esta peça está datada de 1690 Não XVII já a chamar-vos a atenção para … novo, que enquadramento folhas de acanto encurvadas e estes ornatos de grande desenvolvimento um exemplo pobre há exemplos mais curiosos e interessantes como, por exemplo a Quinta das Lapas perto de Torres Vedras, tem uma das mais iateressantes colecções de azulejo deste tipo. Quinta do General, que foi dos Melo e Castro, em Borba, e que tem destes azulejos. . 2 • LIVRAMENTO (S. Miguel) .. Estes … de 1692 e estão na capela de das Necessidades. Aqui têm V. o pintor integrado decoração portuguesa, compartimentando 3 - FARO (Sé) - Aqui temos um dos primeiros trabalhos, de Gabriel del Barco Chamo a atenção para estes medalhões em baixo, • separados por grinaldas, tal como faziam os holandeses. Não há dúvida nenhuma que é Gabriel del Barco , ao tomar esta encomenda, foi-lhe imposto quue seguisse a organização do azulejo holandês simplesmente já ele quetrabalha com muita largueza não evidentemente um artista de pormenor, mas um homem sério que vai para a linguagem do azulejo. Uma coisa é pintar azulejo e outra coisa é servir-se do azulejo como de pintura; são duas coisas completamente diferentes. O azul como suporte de. pintura uma coisa praticamente inventada no século XIX 4 - Arraiolos (Loios) .. Este é o revestimento do convento dos Loios assinado por Gabriel del Barco e datado de 1700. Um exemplo extraordinário para aquela época duma total igreja gótica com azulejos. Já tínhamos visto igrejas góticas cobertas com azulejo ver uma gótico manuelina coberta com azulejos a compartimentação continua a ser a mesma. Cada painel é enquadrado como se fosse um pequeno tapete enquadrado por aquelas molduras. Como uma integração completa exactamente como antigamente na arquitectura. Raparem que até este arco que dava para um confessionário até as ilhargas são feitas com azulejo a imitar uma coluna Pormenor curioso em cima•, aquelas Janelas feitas em azulejo, estão ali apenas para espelhar as autênticas janelas que estão defronte para manter a unidade arquitectural o pintor Gabriel del Barco pintou aquelas grades enquadrando-as com uns azulejos de toques amarel os , e ~ a única parte onde aparece o amarelo. De resto, reparem em cima a maneira como aquelas figuras aqueles panos, ''draperie" justamente para acompanhar o círculo, para acompanhar a volta. O púlpito está perfeitamente enquadrado. 5 • SALVADOR (Palácio Saldanha) - Outro pintor foi António Pereira. António Pereira pintou pouco e tenho a impressão de que deve ter morrido novo. Dele conhecem-se assinados dois trabalhos no Brasil, dos quais este no Palácio Saldanha, e outro na Capela Dourada, em Pernambuco,~ também assinado. Em Portugal apenas há um painel assinado que na igreja da Vidigueira1e podem-lhe ser atribuídos dois ou três painéis mais, entre out r os na capela de ~ das Candeias,no Alvito. Era um pintor muito curioso, usando uma grande leveza de traço e uma grande economia de processos, deixando viver muito o branco mas - aqui a atenção ... Se conseguia … que a linha vertical coincidisse com … do azulejo mesmo esta árvore está torcida não só por efeito de composição principalmente para vencer estes dois azulejos que a separam, sem o que, opticamente1este painel ficava separado em dois. Mais uma vez as cercaduras ainda são simples 6 HORTA (S. Francisco) - Outro pintor delicioso cujo nome eu ignoro infelizmente, este pintor extremamente delicado, também com grande economia de meios e com um traço delicioso. Não é um extraordinário pintor tal vez, mas um grande desenhador e lembrarem ainda daquelas imagens que vos mostrei de azulejo holandês, eu frisei que ele andava muito atra~ da gravura, até os processos técnicos de pintura se assemelhavam ao' da gravura. Aqui já temos não gravura mas verdadeiramente pintura1e começa a ser notável a forma como se obtém claro/escuro … deste pintor, independentemente da sua graciosidade, de uma suavidade extraordinária. Não apenas por se tratar de s. Francisco de Assis, mas em tudo o que ele pintou ele uma suavidade extraordinária. Os melhores exemplares dele; encontram-se nos Açores, não aqui na Horta como em Ponta Delgada. Em Portugal continental havia o grande revestimento da Igreja de Santa Joana, em parte no Museu do Azulejo do mesmo Pintor1 representa pouco os emolduramentos começam a tomar uma importância decorativa extraordinária. As folhas de acanto ainda se adivinham aqui mas uma movimentação de figuras, como sejam estas figuras centros com anjinhos. isto que vai mais de prevalecer na azulejaria portuguesa Idem - Dou-vos um pormenor onde repararão na … suavidade, (a mesma regularidade dos perfis e até a perfeição anatómica para mim um pintor que não durou muitos anos este painel está datado de 1703 antes ainda de António de Oliveira Bernardes SINTRA Capela da Peninha - Este painel não tem atribuição. Parece-me que possa ter sido de _algum dos pintores estrangeiros que estiveram em Lisboa, nomeadamente Bacherelli aliás copiando textualmente uma gravura pintura italiana, que este homem procurou realizar-se em azulejo._mas foi demasiadamente longe no que diz respeito a pintura é o caso de pintura sobre azulejo e não pintura de azulejo 10- CASCAIS (Capela particular) António de Oliveira Bernardes, ele, como disse primeiro veio para o azulejo para pintar azulejo um pormenor delicioso que pertenceu Capela de Nossa Senhora do Monte, Quinta da Ramada, Frielas, e que até ver, o trabalho mais antigo que eu identifiquei de António de Oliveira Bernardes Chamo apenas a atenção e V. Ex.cia não só para a graciosidade mas também a cara toda inteira dentro de um azulejo, estas linhas de força fogem do próprio azulejo 11 ... EVORA (Loios) - Aqui temos um dos primeiros bons exemplos de Oliveira Bernardes, que é da Igreja dos Loios de Évora, assinado e datado de 1711 Não lhes dou em pormenor, porque mostrar-vos a sua integração na arquitectura; como vêem a compartimentação cada vez maior uma composição deliciosa em baixo que depois se vem a repetir; esta moldura de acantos .e este arco, feito de propósito para • enquadrar aquela rosácea estas grinaldas que descem … são um achado ponto de vista decorativo. 12 - BARCELOS Igreja do Terço ) - Aqui temos outra igreja, datada também de 1713, de Oliveira Bernardes, já com a colaboração de alguns discípulos mas , como vêem partido arquitetónicos este tímpano, em que a figura central da a iconografia e à figura de S. Domingos como cá temos mais duas janelas para espelhar aquelas que lhe ficam em frente. Tudo isto é feito de acordo com o plano arquitectural. 13 • NAZARÉ (sítio) - António de Oliveira Bernardes os filhos e discípulos. Ele prório continuou a trabalhar até ficar entrevado em 1738, E seu grande discípulo, auxiliar e sucesso foi o próprio filho Policarpo. Aqui temos um caso muito curioso de colaboração Oliveira Bernardes as figuras , e Policarpo, que se especializou nos enquadramentos. Isto é um caso muito curioso em começa a desaparecer a ideia da moldura isolada, quer dizer , duma moldura que não faz parte do painel. Agora não o painel e a moldura começam a fazer um todo. Isto exigia um estudo exacto das medidas dos locais para que e esta janela fingindo a que lhe ficava fronteira, exactamente enquadramento com uma ordenação arquitectónica Policarpo Oliveira Bernardes o grande ornamentista como nós vamos ver. 14 • NAZARÉ - Idem Oliveira Bernardes decalcado que usar de habilidades para ajustar esta gravura às proporções deste Na gravura a Virgem está muito mais próximo dos apóstolos, aqueles anjos não existem e António , de Oliveira Bernardes teve que ter estas habildades, partindo da gravura esta ornamentaçao do tecto que envolve toda abóbada da canhão. muito interessante .. do ponto de vista estilístico Oliveira Bernardes tinha um cuidado muito especial nas mãos, um grande desenhador de mãos, quase como que uma assinatura. Sabia imensamente bem ressaltar as figuras brancas sobre fundos escuros e … espantosa, - PENICHE (Nossa Senhora dos Remédios) Oliveira Bernardes ainda este santuário (Nascimento de Nossa Senhora,...... a Apresentação de Nossa Senhora no templo; toda a iconografia mariana percorre a Igreja e abóbada a igreja toda. Como vêm desaparereceu a moldura que enquadraya os quadros 16 : LISBOA (S.Domingos de Benfica) Este é o revestimento da transepto da igreja de S. Domingos que está assinado canto Oliveira Bernardes muito curios pela iconografia e,feita semelhante dos Loios, • ainda mais evoluída, 17 • AZEITAO (S. Lourenço) - Outro trabalho muito curioso de colaboração Íntima entre o pai e filho curioso aqui que também se espelhou a outro lado mas como já existia a cantaria apenas se espelhou o centro. 18 • SERPA Antigo Convento do Bom Pastor) - E começaram então os trabalhos a multiplicar-se. Este é um trabalho oficinal já com. a participação de um outro pintor, Que é o P.M.P. das primeiras coisas que António de Oliveira Bernardes faz a figuração Policarpo faz provelmente as molduras. Isto uma obra barata, de que Portugal e está cheio um trabalho tipicamente oficinal. Este custou 30$000 o milheiro, 19 - ALMANCIL (s. Lourenço) - E Policarpo de Oliveira Bernardes toma já depois de 1720 a direcção da oficina já ele que dirige a oficina nesta altura e todos estes azulejos são dele, assinados e datados de 1730. Esta igrejinha tenho-a para mim como das mais requintadas joias da azulejaria portuguesa uma igreja totalmente forrada de azulejo , onde se … este casamento entre o azulejo e a talha,a solução portuguesa cem por cento, e foi um problema de decoração azulejar extrordinário nos mais pequenos pormenores. Reparem que até os … destes arcos são arquitectonicamente organizados em azulejo, com a a dificuldade técnica de a realizar composição até sábia e reparem, é uma cúpula uma calote esferica os azulejos não são quadrados são trapézios e cada vez mais pequenos à medida que nos aproximamos Pergunto a mim como foi possível pintar isto Não foi no local precisaram de ir ao forno; há aqui um problema de geometria extraordinário para calcularem exactamente o tamanho de cada azulejo e pintá-lo de forma a que, uma vez ele se organize realmente espantosa 22 - SETÚBAL (S. Filipe) - Outro tecto , também de Policarpo Bernardes, 18 – SERPA Bom Pastor - E começaram então os trabalhos a multiplicar-se. Este é um trabalho oficinal já com a participação de um outro pintor, que é o P.M.P. das primeiras coisas que … e em que António de Oliveira Bernardes faz a figuração Policarpo faz provavelmente as molduras. Isto é uma obra barata, de que Portugal está cheio. um trabalho tipicamente oficinal. Este custou 30$000 o mil 19 • ALMANCIL (S. Lourenço) - E Policarpo de Oliveira Bernardes toma já depois de 1720 a direcção da oficina já ele que dirige a oficina nesta altura e todos estes azulejos são dele, assinados e datados de 1730. Esta Igrejinha tenho-a para mim como das mais requintadas joias da azulejaria portuguesa uma igreja totalmente forrada de azulejo onde se vê este casamento entre o azulejo e a talha, a solução portuguesa cem por cento, e foi um problema de decoração azulejar extraordinário nos mais pequenos pormenores. Reparem que até os destes arcos estão arquitectonicamente organizados em azulejo, com a a dificuldade técnica de a realizar composição até sábia Como por exemplo Bartolomeu Antunes que havia de ser mais tarde o grande ... século XVIII Tenho, para mim que estes azulejos foram feitos de colaboração com António de Oliveira Bernardes, do qual são as figuras mas os fundos são de Bartolomeu PAÇO D’ARCOS (Porto Salvo)- Deste mesmo artista laboração com Policarpo Bernardes. capela~- .el{~w;.Jc t." ESTÔMBAR (S. Tiago)- Este muito curioso pois o azul~ Porque mais antigos estão datados de 1719 e correspondem a estes painéis. igreja pelo facto de não ser toda da primitiva. 26- SETÚBAL • Corpo Santo) outro pintor de que lhes que Fala P.M.P. Aqui está a assinatura, muito discretamente nesta figuras adoráveis. o primeiro azulejo que encontrei assinado por ele … na capela de … Depois f ui encontrar outro na Igreja do Terço em Barcelos e ultimamente vi um dos mais notáveis, assinado também, que pertenceu ao convento de 23 ... 24 ... 25 .. 26 - 17 assinado e datado. Não era o maior que ele fez. O maior convento de S. Francisco de Faro infelizmente com o Terramoto a parte central ruiu. depois remendado, SILVA ESCURA Igreja paroquial - a destes homens trabalharam outros como por exemplo Bartolomeu Antunes que havia grande século XVIII de ser tarde o Tenho mim que estes azulejos foram feitos de colaboração com Antnio de . Ol~veira Bernar- do qual são figuras , mas os fundos são de Bartolomeu ,~ António de Castanheir a e está hoje primorosamente resguardado na casa do Senhor Conde de Bobone. São os três que conheço assinados Agora sem assinatura eu tenho nas minhas fichas 140 trabalhos dele 28 - BARCELOS (Terço) - Aqui está outro com assinatura a sua cercadura animada por anjinhos e estas figuras muito , Reparem e com esta claro que cada um que esta introdução azulejo do século XVIII vos vai ajudar a compreender como realmente … nem por saudosismos nem por qualquer Outra coisa. Os artistas eram realmente artistas quando digo artistas são aqueles que sabem o tempo em vem transmitir ao futuro o que realmente era o tempero economia de processos, o partido que ele tira dos meios 29 ALMADA (Seminário) - P.M.P. 30 SINTRA - Paço Real - Finalmente aqui temos outro revestimento de azulejos que … bem conhecida Sala dos Brazões, do Paço de Sintra, que eu atribuo e também a P.M.P. com estas cenas de caçadas deliciosa onde ele se esmerou já que se tratava de uma encomenda para o Paço Real nada fiz claro que cada um destes pintores dava uma conferência, mas julgo esta introdução … os azulejos do século XVIII vos vai ajudar a compreender como realmente uma preocupação quase … sem quaisquer considerações nem por saudosismos nem por qualquer . c)outra coisa. Os artistas eram realmente artistas quando digo artistas são aqueles que sabem o tempo em que vivem e transmiti r ao futuro o que realmente era Muito obrigado! |
Tipo de dados |
texto |
Formato - Media |
pdf |
Formato-Extensão | 18 folhas; 15641576 Bytes |
Identificador | EMD001.201 |
Direitos | http://fcghip01/hipres/disclaimers/disclaimerAuse.htm |
Marks folk be leavin'
Be leavin' ye marks faar 7.ª palestra
Things folk be sayin'
Mark yar Words faar 7.ª palestra